Apesar da recuperação dos preços dos ovos na segunda semana de janeiro e do produto ter registrado o melhor preço para o mês desde 2013, os custos de produção ainda representam um grande desafio para o avicultor. De acordo com a pesquisadora do Cepea/Esalq, Juliana Ferraz, mesmo com a valorização dos ovos no fim do mês, em janeiro deste ano o produtor viu seu poder de compra cair ao mesmo nível que no mesmo período de 2019. A expectativa é que as cotações de ovos continuem sustentadas em fevereiro, mas isso não impede que a margem de lucro continue a estreitar, caso os insumos permaneçam em movimento de alta.

Juliana explica que em dezembro do ano passado houve uma valorização atípica para o mercado de ovos, impulsionada pela alta nos preços das carnes bovina, suína e de frango. Os valores despencaram na primeira quinzena de janeiro, movimento esperado devido ao período de férias, mas a partir da segunda quinzena, com os produtores descartando as galinhas poedeiras velhas ou pouco produtivas, a oferta de ovos diminuiu e os preços iniciaram o processo de recuperação.

"Em termos de preço, foi o melhor mês de janeiro desde 2013, quando o Cepea começou a analisar o mercado de ovos, mesmo com valores menores do que os praticados em dezembro", afirma.

Apesar de ter preço menor do que em dezembro, a valorização dos ovos em janeiro mostrou um movimento contrário às demais proteínas de origem animal, que vêm tendo quedas nas cotações.

A expectativa, segundo a pesquisadora, é que os valores continuem sustentados nas próximas semanas, com a demanda mais auqecida por causa da proximidade do período de Quaresma.

Sobre os custos de produção, Juliana afirma que o panorama é desfavorável para o avicultor, mesmo com o mês de janeiro tendo recuperação de preços para os ovos. "Pode ser que a sustentação dos preços na Quaresma contribua com a margem de lucro do produtor, mas isso só deve acontecer se os preços dos insumos pararem de subir", disse.

Por causa dos aumentos nos preços dos ovos, eventualmente deve haver o repasse para o consumidor, que pode estranhar a movimentação e passar a consumir outra proteína, mas ainda há expectativa positiva de demanda por causa da Quaresma.

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