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Política 10/06/2020

Rodrigo Maia defende debate sobre redução de salário de servidores federais

Rodrigo Maia defende debate sobre redução de salário de servidores federais

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçou nesta quarta-feira que o Parlamento aceitaria debater eventual redução salarial dos servidores dos três Poderes para gerar receita para a prorrogação do auxílio emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais por mais dois meses. Ele destacou que a proposta deve partir do presidente Jair Bolsonaro, que deve se sentar com os representantes dos outros Poderes.

 

Ontem, Bolsonaro disse que estaria disposto a prorrogar a manter o valor de R$ 600 nas duas parcelas adicionais do benefício desde que os parlamentares aceitassem uma redução de salário. Maia rebateu mais uma vez afirmando que “a conta não fecha”.

 

 “Essa proposta dele deveria vir como uma proposta com o apoio de todos os servidores federais, do Executivo, do presidente, dos seus ministros, dos servidores, todos que ganham acima de R$ 10 mil, R$ 15 mil, e todos aqueles que não estejam diretamente ligados ao enfrentamento ao combate ao coronavírus. Isso tem que ser feito de forma racional, preparada direito. Da forma como ele colocou, não vai fechar a conta”, afirmou Maia, em entrevista à “Rádio Gaúcha”.

 

O deputado do DEM lembrou que o assunto precisa ser debatido, já que o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, já disse, no início da pandemia, que não havia necessidade de redução salarial dos servidores. Ele citou ainda a resistência em setores do Poder Judiciário e do próprio Legislativo. “Se o presidente quiser fazer a proposta, tem que reunir os Poderes na mesa e organizar. O governo faz uma proposta, a gente analisa. Tenho certeza que a intenção majoritária do Parlamento é resolver a possibilidade de prorrogação do auxílio emergencial”

 

Sobre a mudança temporária no formato e no horário de divulgação de dados do coronavírus pelo Ministério da Saúde, Maia voltou a criticar o movimento. “Da forma como ficou colocada desde a semana passada, a impressão que passou a todos é que havia um interesse de se manipular, de modificar os dados. Ontem, o ministro [interino da Saúde, Eduardo Pazuello] foi lá [comissão externa da Câmara], até pela própria decisão do Supremo [Tribunal Federal], voltou a utilizar os dados anteriores, e isso nos dá conforto”.

 

O parlamentar disse que, se o governo quiser pensar outra forma de divulgação, “ele pode até fazer”, mas, em sua avaliação deve ser feito um período de transição entre os dois formatos, “utilizando os dois sistemas e mostrando ao longo dos dias porque um modelo é melhor que o outro”.

 

“Agora, desaparecer com um modelo sem explicar direito qual é o outro, dando impressão que havia, em tese, risco de parte da contabilidade sumir, gera um problema de comunicação, que é ruim para todos e também é ruim para o governo. Acho que ontem, a impressão que me dá, é claro tem uma decisão do Supremo, mas também acho que há uma vontade do ministro e do próprio governo. Acho que a gente consegue restabelecer a normalidade nesse assunto e que a gente possa focar esforços no combate à pandemia”, disse.

 

Sobre relacionamento entre ele e Bolsonaro, Maia admite que teve conflitos com o chefe do Poder Executivo, mas pondera que a relação melhorou nos últimos dias. “Digo sempre que as conversas em reunião com o presidente são sempre positivas. Agora, tem conflitos e cada um precisa defender a sua instituição e trabalhar com harmonia”.

 

Maia voltou a afirmar que “não é hora de discutir o impeachment” e que as atenções devem estar voltadas à adoção de medidas de combate ao coronavírus.

 

“Não é hora de discutir impeachment. É hora de discutir a União do Brasil para salvar vidas e salvar empregos. Como sempre fui contra às manifestações no período de uma pandemia, contra aglomeração neste momento, também não posso ser a favor de novas manifestações. Acho que nesse momento aglomerações vão gerar aceleração das contaminações e perda de vidas. Nosso papel deve ser sempre de ter coerência naquilo que a gente defende”, disse.

 

O parlamentar do DEM disse ainda que o Poder Federal deve ser responsável pela coordenação desse movimento de União entre os Poderes, envolvendo governadores e prefeitos. “Vai ser importante que a gente consiga essa união, essa coordenação. Esse papel cabe, claro, ao governo federal, ao presidente da República. Ninguém pode suprir papel do governo federal. O que nos cabe é que pedir ao governo federal que melhore sua articulação e sua coordenação em relação a todas as ações do governo, mas principalmente as ações de combate ao coronavírus”.

 

Maia disse ainda que, do ponto de vista concreto, todos estão respeitando a separação entre os Poderes, mas admitiu que “no discurso, alguns estão derrapando, falando além do que deveriam e do que é o seu papel”, sem citar nomes. “Se há por parte do vice-presidente [Hamilton] Mourão a ideia de que o Supremo [Tribunal Federal] está passando dos limites, cabe recurso. As vias são os recursos e as leis. O recurso é legítimo e democrático. Se há algum, do ponto de vista do governo, limite ultrapassado pelo Supremo, se recorre ao plenário do Supremo e se resolve esse conflito”.

 

Maia afirmou ainda que a influência do clã bolsonarista está restrita à “bolha deles”, em referência aos ataques de aliados do presidente Jair Bolsonaro contra ele e contra as instituições das redes sociais. Desde o ano passado, o deputado do DEM é um dos alvos preferenciais do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do chefe do Poder Executivo.

 

“Redes sociais chegaram e ainda têm um ambiente muito radical. Acho que ao longo dos próximos anos o ambiente será muito mais do convergência do que de divergências como é hoje no Brasil”, disse Maia em entrevista à Rádio Gaúcha.

 

Ao ser questionado sobre penetração de filhos de Bolsonaro nas redes, Maia destacou que isso ocorre “na bolha deles”. “Tá muito limitado, cada vez mais. É a minha impressão, pelos acompanhamento que faço de rede social. Respeito, tem o mérito dele, mas nesse mundo radical, você vai cada vez mais se isolando”.

 

Após afirmar que seu papel como presidente da Câmara “não é ser contraponto” do presidente da República, Maia criticou o radicalismo e disse que opta por fazer críticas corretas. “Nesse mundo radical, nós não vamos ganhar nunca. Nesse mundo radical, é uma briga entre extrema direita e extrema esquerda que vem acontecendo há alguns anos e não vai nos levar a nada. Debate do radicalismo não leva a lugar nenhum”.

 

Durante a entrevista, o presidente da Casa reforçou ser favorável à continuidade dos trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das fake news e do inquérito das fake news no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele nano quis opinar, porém, se avalia que o inquérito deve ser agregado aos processos de cassação da chapa presidencial no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

Sobre eventual interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, o que foi levantado pelo ex-ministro Sergio Moro ao pedir demissão do cargo, Maia afirmou não acreditar que isso ocorra, mas alertou para o vazamento de operações da PF, como ocorreu com a ação que teve o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, como alvo. Um dia antes, a deputada Carla Zambelli (PSL-SP), aliada de Bolsonaro, indicou que governadores começariam a ser alvo de operações do órgão.

 

“É natural que uma operação que envolva o governador, o governo e o presidente da República recebam a informação, não do conteúdo, mas do que pode acontecer. E certamente entre o diretor da Polícia Federal, o ministro e o presidente, alguém vazou a informação para a deputada. Apenas é um dado ruim, porque o investigado pode esconder a prova, sumir com prova. É claro que não é o correto”, disse Maia. “A PF apenas cumpriu ordem do STJ. É claro que no momento de montar a operação, eles tem a informação e passaram para alguém do governo Isso foi muito ruim. Certamente, vão investigar esse vazamento. Se não houve [vazamento], ela tem bola de cristal, né? Uma coisa ou outra. Vamos ver”.

 

Fonte: https://blogdacidadania.com.br/


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