Segundo a instituição sem fins lucrativos, os abusos acontecem pelos comerciais se dirigirem diretamente às crianças, o que contraria "prioridade absoluta dos direitos das crianças"
A ONG Alana, responsável por projetos que visam garantir melhores condições de vida para crianças e adolescentes, levou até o Ministério Público uma reclamação contra a rede de fast food McDonald's, afirmando que ela estaria cometendo uso abusivo em campanhas do 'McLanche Feliz'.
Segundo a instituição sem fins lucrativos, os abusos acontecem pelos comerciais se dirigirem diretamente às crianças, o que contraria "a prioridade absoluta dos direitos das crianças", algo previsto em lei aqui no Brasil. O processo foi gerado, em especial, pela campanha que envolve os personagens do desenho "Hora de Aventura", do canal Cartoon Network.
Ao Uol, a empresa disse que segue um código de ética próprio para a elaboração de anúncios publicitários sobre os seus produtos. Segundo ela, esse código é, inclusive, mais rigoroso que a legislação brasileira.
"O McLanche Feliz é comercializado com brinquedos que representam seres do imaginário infantil, o que contribui para atrair as crianças ao consumo e com isso aumentar a venda do produto", acusa a ONG Alana.
Além disso, a Alana acusou o McDonald's de ter enviado uma carta e produtos para "youtubers mirins", crianças que publicam vídeos no Youtube para o público infantil, sendo estes acompanhados por milhares de crianças. O objetivo era a divulgação da mercadoria antes do lançamento oficial.
"Chama especial atenção a divulgação dos brinquedos feita em redes sociais por crianças que são presenteadas pela empresa, com o objetivo de que sejam seus promotores de vendas", afirma Ekaterine Karageorgiadis, advogada do Instituto Alana.
Confira abaixo, na íntegra, a nota sobre o caso elaborada pelo McDonald's:
"O Instituto vem questionando há muitos anos, através de diversas demandas, a publicidade e forma de comercialização do McLanche Feliz. No entanto, tivemos diversas decisões, inclusive no Conar (Conselho Nacional Auto Regulamentação Publicitária), favoráveis à legalidade da publicidade. Isso é resultado, além de todo o cuidado e observância às normas, de uma rígida política institucional em relação às opções que a empresa oferece a seus clientes. Por exemplo, seguimos, voluntariamente desde 2007, um compromisso e código de ética próprios em comunicação publicitária de alimentos. Essa auto-regulamentação interna é ainda mais severa que as normas que regem a publicidade brasileira. Por acreditar nesse compromisso, a companhia não envia materiais de divulgação para crianças. A empresa, que até o momento não recebeu qualquer notificação, ainda acrescenta:
Em agosto de 2009, empresa assinou o compromisso público de publicidade responsável de alimentos e bebidas para crianças da Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação (ABIA) e da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA), firmado por mais de 20 empresas do setor de alimentos e bebidas.
A empresa oferece todas as informações nutricionais e opções para que os pais possam decidir como alimentar seus filhos.
As surpresas que acompanham o McLanche Feliz são produzidas sob o mais rígido critério de segurança e contam com a obrigatória certificação do Inmetro.
A empresa garante que os brinquedos podem ser adquiridos separadamente do McLanche feliz e independentemente de qualquer outro consumo.".
Fonte: http://www.administradores.com.br/