Depois de 11 anos no comando da Banda Eva, Saulo Fernandes se despede no carnaval 2013, em meio a muito choro, para seguir rumo a sua carreira solo.
Há mais de um mês, ele e seus músicos, ensaiam para o show de gravação do primeiro DVD solo de Saulo, dias 6 (lotação já esgotada) e 7 de abril, na Concha Acústica do TCA. No primeiro dia, com participação especial da amiga Ivete Sangalo. No segundo, com Alexandre Carlo (Natiruts) e Davi Moraes.
De sorriso aberto, camiseta, bermuda, gorro e chinelos Havaianas, Saulo bem poderia passar por um surfista de Amaralina, bairro onde morou parte da sua adolescência, mas na verdade estou diante da maior revelação masculina da cena axé music na era 2000. E a vibe é ótima.
Depois de reverenciar a estátua do poeta Vinicius de Moraes (1913-1980), chego à casa nº 1 da Rua do Romance. É a primeira vez que eu e Saulo nos encontramos pessoalmente – as entrevistas anteriores foram por telefone.
De cara, ele lembra do título e da minha crítica sobre o último álbum (duplo) da banda Eva: CNRT – Conexão Nagô Rede Tambor (2012). “O nome da matéria era Nos Braços do Excesso. Você dizia que o CD 1 era bom, mas o CD 2 não, que havia canções demais (risos). Você tinha razão. Crítica boa eu gosto, guardo, nos faz refletir melhor”, diz.
Existe a ideia de que um artista capaz de encantar a multidão em cima de um trio elétrico no gigantesco Carnaval baiano é, necessariamente, alguém extrovertido. Saulo Jorge Fernandes Navarro de Oliveira, nascido em 9 de setembro de 1977, em Barreiras, Bahia, desmente essa crença com sua timidez.
Uma timidez que ele reverte em charme, mas que também pode dificultar sua relação com a exposição na mídia. Um conflito que ele tenta administrar, confessa, mas bem ao seu jeito. Definitivamente, Saulo não vende a alma para fazer sucesso.
“Acho que a música é mais importante do que a minha exposição na mídia, ela vem em primeiro lugar. Sabe um griot? Me sinto meio assim, um servo da música. A música me escolheu desde bem cedo”, declara.
Fonte de pesquisa: Ibahia