Categoria: Ficção

Lara Vieira caminha pelas ruas de Alfama com passos firmes, mas o coração em desordem. Desde que descobriu que o nome de seu pai poderia estar ligado às misteriosas cartas encontradas por Helvio, o passado que sua família mantinha selado em silêncio começa a ruir como as paredes do sobrado que revelou os documentos.

Durante a reforma de um sobrado antigo no bairro da Graça, em Lisboa, um grupo de operários descobre algo incomum. Ao demolir uma parede de gesso esquecida atrás de um armário embutido, eles revelam uma pequena cavidade escondida. Dentro, protegida por um tecido de linho amarelado, repousava uma caixa de madeira envelhecida pelo tempo e pelo silêncio.

No tranquilo condomínio Jardim do Mar, um drone invadiu uma sacada e registrou imagens comprometedoras de uma moradora em situação íntima. O vídeo foi parar nas redes sociais, causando revolta. Um adolescente, Diego, foi acusado por ter um drone igual e já ter causado confusão antes.

Durante o Festival Gastronômico de Ventos Claros, a receita secreta do prato “Moqueca das Estrelas” sumiu da bancada do chef Márcio. O favorito a ganhar o prêmio agora acusava a novata Carol, uma cozinheira talentosa, mas sem fama, de ter roubado os ingredientes e a receita, já que foi vista perto da tenda dele.

Um raro relógio de bolso sumiu do Museu da Cidade durante a troca de turno. A única visitante naquele horário era Clara, uma colecionadora conhecida por suas disputas por antiguidades. Quando os seguranças notaram o sumiço, ela já estava longe, mas voltou por vontade própria ao saber do ocorrido, jurando inocência.

Na noite de estreia da peça Sombras da Verdade, a atriz principal, Melina, desapareceu misteriosamente. Tudo foi cancelado, e no camarim dela havia sinais de luta: maquiagem borrada, um copo quebrado e um bilhete rasgado com a palavra “chega”.

O Clube do Baralho de Mar Azul era conhecido pelas competições acirradas e apostas discretas. Quando uma carta rara da coleção do presidente do clube desapareceu, o único com acesso ao cofre era Lúcio, o vice-presidente. Coincidência ou não, ele havia sido acusado tempos atrás de um roubo parecido.

A Galeria Costa Azul amanheceu com um vazio valioso: o quadro “Horizonte Suspenso” havia sumido durante a madrugada. O sistema de alarme não registrou nada, mas a câmera havia parado de funcionar exatamente às 2h47, e a última pessoa a sair fora Breno, o novo estagiário da curadoria. Ele jurava inocência, mas o fato de que precisava pagar dívidas e tinha a senha do alarme pesava contra ele.

Esse sentimento envolve uma complexa interação entre desejo, expectativa e frustração. Quando você tem um desejo que parece distante seja por limitações de tempo, circunstâncias ou mesmo pela sua própria decisão de não buscar ativamente esse objetivo, o processo de repressão muitas vezes vem acompanhado de uma sensação de controle.

Era uma noite chuvosa e fria quando o velho sino da recepção do Hotel Miramar tocou, ecoando pelo saguão vazio. O gerente, Sr. Almeida, olhou para o relógio: meia-noite. Nenhum hóspede costumava chegar àquela hora. Ele ajeitou o paletó e caminhou até o balcão.