Levar o homem à Lua foi um grande passo para a Humanidade. Porém os maiores ainda estão por vir. A Nasa não quer somente levar pessoas a Marte, como já fez antes, mas colonizar o planeta. Recentemente, a agência explicitou que a ideia é que uma população formada por seres humanos viva e se sustente ali, de forma absolutamente independente da Terra. A agência espacial dos EUA divulgou detalhes do projeto que visa estabelecer colônias em Marte até 2030.
Mas será mesmo possível?
Há indícios que fortalecem o projeto da agência. A recente notícia de que os robôs que exploram o Planeta Vermelho encontraram ali sinais de que Marte já teve rios, deltas e lagos intermitentes por até 10 milhões de anos é um forte indicativo de que o planeta apresenta condições de ser habitado por humanos em algum momento. Imagens de satélite já sugeriam a existência de grandes massas de água líquida ali, e agora, o estudo decorrente de uma missão em solo, confirma que Marte já foi muito parecido com a Terra de hoje em dia.
Assim sendo, segundo o relatório que detalha o projeto da Nasa, o planeta é a próxima "fronteira tangível para a expansão dos seres humanos no universo". “Marte já teve condições adequadas para a vida”, afirma o documento. Isto porque os robôs no Planeta Vermelho descobriram em sua superfície recursos importantes para a viabilidade da presença humana, como o gelo de água logo abaixo da superfície. Além disso, estudos sobre as formações rochosas do local indicam que a evolução geológica e ciclos climáticos de Marte são compatíveis com os da Terra.
“Nas próximas décadas, a Nasa vai colocar em prática medidas para estabelecer a presença humana além da Terra. Buscamos capacidade para pessoas trabalharem e aprenderem a manter uma vida sustentável fora da Terra por longos períodos de tempo. Qualquer viagem a Marte vai levar muitos meses e um retorno precoce não é uma opção. Viver e trabalhar no espaço requer aceitar o risco, e o risco desta viagem vale a pena”, diz o relatório.
- PUBLICIDADE -
O relatório da agência, chamado "Jornada para Marte", busca conclamar cientistas a fazer parte do projeto e coloca objetivos audaciosos para a missão, que acontecerá em três partes. A primeira já está em curso e consiste em pesquisas e testes quanto às tecnologias que serão necessárias para lidar com os problemas do planeta e viabilizar a vida dos seres humanos lá, incluindo questões de saúde e adaptação fisiológica. Para isso, informações colhidas na Estação Espacial Internacional (EEI) serão essenciais. A segunda etapa consiste em adquirir o conhecimento necessário para aprender a realizar operações complexas no espaço profundo, para que astronautas possam ir e vir de Marte para a Terra em dias e não meses.
Nas fases finais, que podem demorar décadas ainda para serem implementadas, a Nasa quer construir atividades independentes em Marte, criando uma estrutura para que tripulações humanas possam viajar para Marte e suas imediações. A ideia é pousar na superfície do planeta e confeccionar colônias a partir de arquitetura modular e impressão 3D.
“A Nasa está levando nosso mundo em uma viagem a Marte. Como no Programa Apollo, nós embarcaremos nesta viagem em nome de toda a humanidade. Ao contrário do Apollo, iremos para ficar. Este é um esforço pioneiro histórico — uma viagem possível graças ao empenho contínuo de missões científicas e da exploração para além da órbita da Terra”, diz o documento.