Os quatro dias de ações de combate ao racismo na Micareta de Feira de Santana foram considerados positivos. A festa, encerrada no domingo (1º), teve ações da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi), no espaço do Observatório da Discriminação Racial, instalado em ponto estratégico no circuito Meneca Ferreira, onde foi oferecida uma equipe especializada para atendimento a denúncias e orientações aos foliões.
As ações incluíram abordagens nas ruas para diagnóstico do perfil do público e levantamento das situações de violação de direitos no campo étnico-racial e religioso. “O trabalho foi proveitoso, inclusive com ampliação das parcerias e da divulgação do serviço. Com ações deste tipo fortalecemos a política de promoção da igualdade racial”, afirma o coordenador da Sepromi, Antônio Cosme Lima.
O coordenador do Centro de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, Walmir França, destacou a participação do órgão, informando que a iniciativa faz parte da agenda itinerante do equipamento social. “Além disso, temos cerca de 240 casos recepcionados, relativos a violências nestas áreas. O nosso espaço está aberto ao movimento negro e realiza seminários, fóruns, entre outras atividades de formação”.
O chefe de divisão da Divisão de Promoção da Igualdade Racial do município, Geovanny Ferreira, falou que a experiência desenvolvida na Micareta será potencializada. “Tivemos um trabalho exitoso. Esta foi uma ação pontual deste período de festa, mas pretendemos continuar, durante o ano, atuando na articulação de políticas de enfrentamento ao racismo”. Para o Ouvidor da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), Marconi Sena, um dos principais avanços foi o diálogo junto à população que participou da Micareta. “Desta forma, os foliões passam a conhecer o serviço, ficando cientes de que existe uma estrutura para atendê-los, em caso de necessidades”
Articulação
A presidente da Comissão de Diversidade Sexual e Combate à Homofobia da OAB de Feira de Santana, Manuela Menezes, considera positiva a parceria estabelecida entre os diversos órgãos. “Aqui, cumprimos o papel de ajudar a proporcionar Justiça à população. É uma oportunidade de trabalhar a conscientização do público sobre seus direitos e as garantias fundamentais”.
Representando o conselho municipal das Comunidades Negras e Indígenas (Comdecini), Lourdes Santana disse que os serviços oferecidos durante a festa comprovam que é fundamental manter a vigilância para as ocorrências de violações de direito. Segundo ela, foi mais uma experiência importante para perceber as intolerâncias praticadas contra o povo negro. “É fundamental combater o racismo, a homofobia e a discriminação religiosa dentro da Micareta de Feira”.
Outras organizações participaram dos serviços na Micareta de Feira, a exemplo do Conselho Municipal da Juventude, a Comissão de Promoção da Igualdade Racial da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/Bahia), a Secretaria da Educação do estado, além da Pró-Reitoria de Políticas Afirmativas e Assuntos Estudantis (Propaae) da Uefs.
Fonte: Ascom/ Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado (Sepromi)