Bolivianos trabalhavam mais de 12 horas por dia e viviam no local de trabalho. Estampas iguais às utilizadas pela Brooksfield Donna, do grupo Via Veneto, foram encontradas na oficina de costura
Em fiscalização feita no dia 6 de maio, Ministério do Trabalho e Previdência Social encontraram trabalhadores em condições análogas às de escravo em uma pequena e precária fábrica de costura da zona leste da cidade de São Paulo. O mesmo tecido utilizado pela marca de luxo da marca Brooksfield Donna, do grupo Via Veneto, em várias de suas peças - inclusive a que está na capa de sua página do Facebook - foi encontrado no local.
Os auditores encontraram trabalhadores bolivianos que relataram trabalhar cerca de 12 horas por dia, vivendo ali mesmo no local de trabalho. Segundo a organização Repórter Brasil, "não havia extintores de incêndio, as instalações elétricas eram precárias e improvisadas, e o chão acumulava pilhas de tecidos, formando um cenário de fácil combustão onde a única porta de saída permanecia trancada".
Forte odor também foi identificado pelos auditores, assim como a ausência de papel higiênico e de limpeza em geral, configurando caso de insalubridade. Segundo o relato dos profissionais, “as condições de segurança e saúde eram inexistentes, tanto nos locais de trabalho, como nos locais de moradia.” Foram encontrados uma adolescente e mais duas crianças no local, o que não seria permitido por questões de segurança.
Mesmo com evidências como as etiquetas da marca, encontradas na oficina, a Brooksfield Donna nega ter responsabilidade sobre os trabalhadores encontrados. Em nota, o departamento de marketing da Via Veneto declarou que "a empresa não terceiriza a prestação de serviços e seus fornecedores são empresas certificadas. A empresa cumpre regularmente todas as normas do ordenamento jurídico que lhe são aplicáveis".
Fonte: http://www.administradores.com.br/