Usuários receberam mensagens de amigos do Facebook, dizendo que tinham sido mencionados em um comentário, mas a mensagem era enviada por invasores e levava à instalação de um trojan
Cerca de 10â¯mil usuários do Facebook do mundo inteiro foram atacados por malwares entre os dias 24 e 27 de junho, e segundo a empresa de cibersegurança Kaspersky Security Network, o Brasil foi o país mais afetado. O ataque, que tinha como objetivo roubar contas do Facebook, funcionou da seguinte maneira: usuários receberam mensagens de amigos do Facebook, dizendo que tinham sido mencionados em um comentário, mas a mensagem era enviada por invasores e levava à instalação de um trojan. O vírus, por sua vez, instavala uma extensão maliciosa do navegador Chrome, e quando o usuário acessava a rede social usando o navegador comprometido, o controle de sua conta era tomado. Além do Brasil, países como Polônia, Peru, Colômbia, México, Equador, Grécia, Portugal, Tunísia, Venezuela, Alemanha e Israel figuram na lista de locais mais afetados pelo malware, segundo a Kaspersky.
Nos ataques bem-sucedidos, o agente da ameaça conseguia alterar configurações de privacidade, extrair dados e muito mais, possibilitando a disseminação da infecção por meio dos amigos da vítima no Facebook ou a realização de outras atividades maliciosas, como envio de spam, roubo de identidades e produção de ‘curtidas’ e ‘compartilhamentos’ fraudulentos. O malware tentava se proteger colocando determinados sites, como os de fornecedores de software de segurança, em listas negras de acesso.
As pessoas que acessavam o Facebook em computadores Windows eram as que corriam mais risco e, possivelmente, os usuários de celulares com o mesmo software também. Já os que possuem dispositivos móveis Android e iOS estavam imunes, pois o malware utilizou bibliotecas incompatíveis com esses sistemas operacionais.
O mecanismo de download do cavalo de Troia usado pelos invasores não é novo. Ele foi revelado mais ou menos um ano atrás, em um processo de infecção semelhante. Nos dois casos, o malware apresenta sinais que parecem indicar agentes de idioma turco.
O Facebook conseguiu atenuar a ameaça, bloqueando as técnicas de propagação do malware pelos computadores infectados. Eles informam não ter observado outras tentativas de infecção. O Google também removeu pelo menos uma das extensões criminosas da Chrome Web Store.
“Devemos destacar dois aspectos desse ataque. Em primeiro lugar, a distribuição do malware foi extremamente eficiente, atingindo milhares de usuários em apenas 48 horas. Além disso, a resposta dos consumidores e da mídia foi quase tão rápida quanto o ataque. Essa reação aumentou a visibilidade da campanha e motivou medidas e investigação imediatas pelos provedores envolvidos”, observou Ido Naor, pesquisador sênior em segurança da Equipe de Pesquisa e Análise Global da Kaspersky Lab.
Se você acha que foi infectado, execute uma verificação de malware no computador ou abra o navegador Chrome e procure por extensões instaladas que sejam desconhecidas. Caso as encontre, saia de sua conta do Facebook, feche o navegador e desconecte o cabo de rede do computador. Solicite que um profissional verifique e elimine o malware.