A justiça espanhola validou nesta terça-feira (20) o acordo entre os promotores e o Barcelona para evitar um processo no caso da transferência do brasileiro Neymar, com o clube se declarando culpado por fraude fiscal.
O acordo feito em junho impõe uma multa por fraude fiscal de 5,5 milhões ao clube catalão, mas evita uma punição ao presidente do Barça, Josep Maria Bartomeu, e seu antecessor, Sandro Rosell. O processo sofreu um atraso devido ao fato de outro ex-presidente do Barcelona, Joan Laporta, ter recorrido na justiça, se opondo a falta de punição para os dirigentes.
Os recursos foram negados e o acordo definitivo, assinado em 14 de dezembro, foi divulgado nesta terça-feira. A transferência de Neymar em 2013 iniciou uma série de problemas judiciais para o clube e para o atacante brasileiro, com vários processos sendo abertos na Espanha e no Brasil.
O clube havia anunciado que o valor da transferência foi de 57,1 milhões: 40 milhões para a família do jogador e 17,1 milhões para o Santos e para o fundo de investimento DIS, que detinha 40% dos direitos do atleta.
Acordos paralelos teriam inchado valor total da transferência
A justiça espanhola abriu uma investigação em relação aos contratos paralelos assinados com o Santos, que, segundo suspeitas, aumentavam o valor da transferência para 83,8 milhões. Segundo o acordo firmado entre promotoria e clube, a transferência foi de 17,1 milhões, com 40 milhões sendo pagos à família de Neymar, contabilizados como salário do jogador.
Os problemas judiciais de Neymar e Barcelona, porém, não terminaram. Uma queixa foi entregue à justiça pelo fundo de investimento DIS por "fraude e corrupção" contra o atacante, seu pai, o Barcelona, o Santos e os dirigentes.
De acordo com o DIS, os 40 milhões pagos à família de Neymar acabaram com a livre concorrência e impediram que outro clube apresentasse proposta melhor. O fundo de investimento acusa também Santos e Barcelona de ocultar o montante real da transação.
Fonte: http://br.rfi.fr/brasil/