Para que uma empresa seja bem-sucedida em seu caminho de transformação digital, sempre lembrando que o foco é usufruir dos melhores resultados de negócios digitais, a adoção adequada da nuvem é o aspecto fundamental, não como tecnologia, mas sim como contexto tecnológico. E nesse contexto não existe mais novidade em dizer que a nuvem desempenha um papel prioritário no desenvolvimento de negócios digitais das empresas. Aliás, atualmente, grande parte dos esforços tecnológicos já está sendo gasta em planejar e mover seus dados, aplicativos e cargas de trabalho para a nuvem, em busca de flexibilidade e escalabilidade.
Essa busca também tem como expectativa que os sistemas e hardware nesse contexto possam ser auto gerenciáveis, que permitam a gestão de cargas de maneira automática e que estes possam detectar falhas de maneira autônoma, saná-las e recuperarem-se sozinhos. É um fato desse contexto a existência de uma grande gama de provedores com suas distintas ofertas, levando empresas a adotarem estratégias que exigem o uso de várias nuvens e, consequentemente, usar sua nuvem privada em combinação com várias nuvens públicas.
A adoção concomitante de diferentes estratégias (consideradas eficazes) para responder às múltiplas questões que permeiam a jornada na transformação digital é uma abordagem complexa, que até ajuda as empresas a acelerarem seu crescimento e transformação digital, mas invariavelmente ela traz em seu bojo uma série de desafios inerentes a essa complexidade, tais como: a gestão de múltiplos ambientes, a falta de interoperabilidade nos ambiente em nuvem e deficiências de segurança.
Descobre-se nesse momento que os níveis propostos de automatismo na gestão, entrega e recuperação de componentes e sistemas em nuvem implicam em capacidades e investimentos não dimensionados, com aumentos inesperados nos custos. Em especial, esse último desafio é amplificado quanto mais diferentes nuvens forem adotadas
Como as empresas podem enfrentar esses desafios e obter sucesso em seus negócios digitais, evitando os percalços impostos pela complexidade? A resposta a essa pergunta é a verdadeira chave do sucesso! E que seja claro que a resposta não é simples e tampouco única, mas há algumas conclusões sobre as necessidades existentes que o bom senso nos traz e que podem nos colocar no caminho certo dessa resposta, entre elas:
A necessidade de administração de custos.
A combinação de nuvens privadas e públicas trouxe uma consciência de custos que antes não existia, o que resultou na migração maciça dos dados em nuvem pública de volta para a nuvem privada. Apesar de ser um fato, este nem sempre leva em consideração a necessidade (por não dizer oportunidade) das empresas modernizarem sua infraestrutura, estratégias de armazenamentos e políticas para acomodar o retorno dos dados.
A nova infraestrutura correta deve ser independente das nuvens com as quais você deseja operar e deve oferecer facilidades de machine learning, assim como recursos de inteligência artificial, para ajudar as empresas a entender o crescimento, tendências de quantidade e qualidade dos dados.
A necessidade de atualização da infraestrutura de datacenter.
Uma pesquisa recente, de um fabricante reconhecido no mercado como provedor de tecnologias para datacenters e nuvens, indicou que apesar da maioria das empresas estarem cientes desse fato, pois nos últimos três anos vem crescendo o número de empresas que atualizaram seus datacenters, cerca de um terço dessas não acreditam que a nova infraestrutura seja capaz de suportar as novas necessidades da transformação digital. A crença é baseada no fato de que a maioria das aquisições na área de TI são feitas com base em preço, relegando a segundo plano os critérios de desempenho e o valor de longo prazo.
A necessidade de visibilidade do ambiente de nuvem.
A pouca de visibilidade dos ambientes de nuvem é a causa de muitas situações que trazem restrições ao adequado uso desses ambientes. Perguntas básicas não são adequadamente respondidas, tais como: Quais são as ameaças que se está enfrentando? Quanto a nuvem está consumindo? Qual a real carga de processamento exigida? Quanto é necessário para o adequado armazenamento? Qual é o uso efetivo em operação? Quais são os momentos de pico e quais são os de vale?
O mau uso das nuvens, leia-se aqui desperdício por uma contratação sem métricas apuradas, se dá porque a maioria das empresas não têm respostas para essas perguntas. A resultante se traduz em falta de controle sobre os consumos e, consequentemente, custos elevados ou indevidos. Mas as tecnologias que habilitam e permitem as empresas terem a devida visibilidade e respostas a essas e muitas outras perguntas sobre os ambientes, não somente existem, como permitem o pleno controle sobre seus ambientes de nuvem. Falta conhecimento efetivo sobre essas tecnologias que permita sua correta contratação e uso.
A necessidade de simplificação.
O advento da tecnologia de nuvens foi o evento tecnológico mais democrático que ocorreu nos últimos tempos. Ela transformou o consumo de tecnologia, seja empresarial ou de pessoas físicas, e permeou empresas de todos os setores e tamanhos com muitos benefícios. Mas ao longo do tempo a ideia principal da nuvem, que era a de simplificar o consumo de recursos computacionais, se perdeu pelo caminho. Na corrida para desenvolver recursos e atrativos cada nuvem criou seus próprios processos, ferramentas e conjunto de APIs. Esse fato criou embaraços, barreiras e obstáculos para as empresas se movimentarem entre diferentes nuvens, assim como para o gerenciamento de workload.
Mais recentemente tivemos o surgimento da estratégia de novas arquiteturas baseadas em contêineres, o que desembaraçou o uso e devolveu a velocidade, leveza e flexibilidade propostas inicialmente na adoção da nuvem. Mais do que isso, o uso correto da arquitetura permite a abstração dos aplicativos em relação a infraestrutura, tornando-os muito mais portáteis.
A necessidade de otimizar a rede.
Com o crescimento exponencial de usuários, serviços e dados competindo por recursos em nuvem, é de se esperar que a conectividade se torne mais difícil e a proteção de todos os componentes envolvidos nessa equação mais complicada.
A nuvem é basicamente a entrega de serviços computacionais pela Internet. Os problemas de conectividade enfrentados pelo usuário, assim como o impacto da latência nos tempos de resposta, acabam por matar a proposta de entrega de serviços multifuncionais da qual é feita uma nuvem. É patente que os aplicativos em nuvem exigem uma nova arquitetura de rede para atender suas necessidades, sejam estes construídos especialmente para consumo em nuvem como aqueles aplicativos legados simplesmente migrados para a nuvem. Exemplos dessas novas arquiteturas e exigências são melhor explicitadas por tecnologias como o SD-WAN, em franco crescimento em todo o mundo.
A necessidade de criar talentos profissionais para nuvem.
O evento da nuvem e todas as novas tecnologias que surgiram para servi-la foi mais rápido do que a capacidade do mercado em gerar os talentos profissionais necessários. É uma constatação de mercado a falta de profissionais que possam atender (e entender) de maneira adequada as demandas técnicas exigidas pela adoção dessas novas tecnologias. Há uma grande diferença entre as habilidades e conhecimentos necessários para o desenvolvimento desses novos aplicativos, tais como a "conteinerização", e aqueles para a criação e implantação de aplicativos monolíticos. Talvez esse seja a maior barreira para as empresas adotarem o uso de nuvens de maneira eficaz. Se faz urgente eliminar esses entraves, treinando profissionais e desenvolvendo novos talentos para esse mercado.
Efeito colateral claramente percebido pelo mercado, dada a falta de recursos disponíveis para atender a alta demanda das novas oportunidades, é o surgimento de consultores ou empresas especializadas na terceirização dessas habilidades, fazendo com que o já oneroso custo de propriedade e uso de nuvens se torne mais alto ainda.
A necessidade de segurança integrada.
Se por si só a segurança já é a maior preocupação das empresas, ao posicionar seus negócios, aplicações e recursos em nuvem esse fato é elevado a outro patamar, e se a nuvem é pública a elevação é exponencial na razão de quanto mais intenso for o uso e dispersão. Some-se a isso o fato das exigências regulatórias (muito bem-vindas) sobre privacidade de dados e conformidade no manuseio dos mesmos serem muito mais rígidas atualmente do que jamais foram e se tem como resultante empresas bastante reticentes no uso de nuvens públicas e altamente tendenciosas a preservarem os dados em datacenters próprios. A necessidade de se criar novas estruturas de segurança que integrem nuvens privadas e públicas tem se tornado o principal esforço das áreas de segurança na busca de uma plataforma integrada que aproveite dados, análises e resultados de machine learning e inteligência artificial para a detecção proativa de ameaças.
Em resumo, a estratégia de adoção de múltiplas nuvens em forma híbrida é um desafio, mas também é um caminho sem volta!
Existem respostas bastante adequadas para todas as questões levantadas a cada necessidade ou exigência dessa adoção, no entanto, cabe às empresas zelarem para que o planejamento de seu caminho nessa direção seja corretamente detalhado, visando garantir um resultado exitoso e de longo prazo.