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Aviação 20/10/2020

Mais de 40 empresas aéreas já fecharam as portas em 2020

Mais de 40 empresas aéreas já fecharam as portas em 2020

Um levantamento sobre o impacto da pandemia da Covid-19 nas empresas aéreas feito pela Cirium, empresa que analisa dados do mercado da aviação, constatou que 43 companhias aéreas já faliram desde janeiro de 2020, ou seja, menos do que nos anos anteriores até agora. Em 2019 foram registradas 46 falências de empresas aéreas e em 2018 o número chegou a 56.

 

Rob Morris, chefe global de consultoria da Cirium, disse que os governos não tiveram escolha diante do quadro caótico que se formou com a chegada da pandemia e que foram obrigados e gerar um plano de resgate às aéreas de seus devidos países.

 

Segundo Brenda Sobie, da Sobie Aviation, analista independente de dados do mercado aéreo, essa trégua nos números se dá pela ajuda emergencial dos governos às aéreas. “Sem a intervenção e o apoio do governo, teríamos sofrido falências em massa nos primeiros seis meses desta crise. Em vez disso, tivemos um número administrável de falências e poucos colapsos.”

 

Reflexos preocupantes da pandemia nas pesquisas

 

Morris ressalta que das 43 aéreas falidas em 2020 até agora, 20 delas são consideradas grandes (operam 10 ou mais aeronaves). Em 2019, o número de falências de empresas desse porte foi de 12 e em 2018 foi de 10.

 

“Embora tenhamos visto menos falências de companhias aéreas este ano, o número de companhias aéreas falidas que operaram dez ou mais aeronaves já é maior do que vimos em qualquer um dos últimos seis anos completos. Portanto, está claro que a pandemia está afetando as grandes companhias aéreas e fazendo com que venham a falir.”

 

Devido às falências, cerca de 485 aviões foram tirados das operações até agora esse ano, contra 431 em 2019 e 406 em 2018.

 

Futuro

 

Para Rob Morris, apesar da ajuda do governo, as perspectivas para o resto de 2020 “não são animadoras”. De acordo com o especialista, as falências das companhias aéreas geralmente acontecem nos últimos meses do ano. O primeiro e o quarto trimestres são considerados “os mais difíceis” porque a maior parte da receita é gerada no segundo e terceiro trimestres.

 

“Eu normalmente caracterizaria que as companhias aéreas passam os verões construindo ‘baús de guerra’ para que possam sobreviver aos invernos”, acrescentou. A meta das companhias aéreas agora é “sobreviver a qualquer custo” e ver se o verão de 2021 traz soluções ou maior demanda.

 

É importante frisar que Morris se refere às empresas do hemisfério norte, onde o verão se concentra no meio do ano e o inverno nos últimos e primeiros meses do ano.

 

Rob Morris acredita que, com a retomada da demanda nas regiões, as empresas vão lutar para permanecer vivas, buscando gerar fluxo de caixa com geração de receita e saída de caixa. Mas, mesmo com o retorno da demanda, ele acredita que haverá mais falências no último trimestre de 2020 e no primeiro trimestre de 2021.

 

Brenda concordou com a previsão de Rob e acrescentou que alguns governos podem relutar em resgatar as empresas aéreas pela segunda vez. “Mas ainda não espero falências em massa. O número de falências e colapsos deve ser administrável e também espalhado por um período relativamente longo.”

 

A Associação Internacional de Transportes Aéreos - Iata alertou, em 6 de outubro, que mesmo com a volta gradativa da demanda, a indústria vai perder cerca de 77 bilhões de dólares no segundo semestre de 2020 e que vai continuar a perder uma média de 5 a 6 bilhões de dólares por mês ao longo de 2021. Para a associação os níveis de demanda de 2019 deverão voltar apenas em 2024.

 

Fonte: https://www.modaisemfoco.com.br/


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