Na quietude do silêncio profundo, A alma desnuda, sem véu, sem fundo, Clarice se debruça sobre a vida, Explorando a essência, a ferida.
Em palavras que dançam sem pudor, Sua poesia é um mergulho interior, Nos abismos do ser, no desconhecido, Onde o real e o imaginário estão unidos.
Ela despe a realidade com maestria, Revelando as camadas da existência vazia, Em cada olhar, em cada pensamento, Clarice desenha o abismo do sentimento.
As palavras fluem como águas profundas, Esculpindo a alma em formas juntas e fundas, Ela nos faz questionar o que somos, o que sentimos, Em seu mundo, somos todos nós, perdidos.
Clarice, a maga das palavras, do mistério, Conduz-nos à beira do abismo, sem critério, E ali, no precipício do nosso ser, Descobrimos que somos a arte de viver.
Sua poesia é a chave de um enigma, Que nos leva a desvendar o próprio estigma, E assim, em suas linhas, nos encontramos, No espelho das palavras, nos revelamos.
Nas entrelinhas de suas frases, desvelamos A profundidade do humano, o que amamos, Clarice Lispector, em sua poesia singular, Nos convida a ser mais, a nos reinventar.