A vida não é um roteiro escrito à tinta permanente é um rascunho refeito todos os dias. Mergulhar nela é aceitar suas marés: ora suaves, ora revoltas. Há quem tente atravessá-la apenas a nado, com pressa de chegar; outros, mais atentos, aprendem a boiar descansam, observam, compreendem.
Errar e acertar fazem parte do mesmo compasso. O erro nos desarma, nos obriga a voltar o olhar para dentro. O acerto, por sua vez, nos lembra que a intuição e a experiência podem caminhar de mãos dadas. Não se trata de viver sem tropeços, mas de entender o que cada queda ensina.
As decisões ah, as decisões! algumas nascem do silêncio interior, outras do impulso do momento. E ambas são válidas. O equilíbrio não está em evitar o risco, mas em saber a hora de ousar e a hora de recolher velas. Há sabedoria também no recuo.
E quando o tempo nos concede a chance de olhar para trás sem pressa, com serenidade, enxergamos que a vida é mais sobre profundidade do que sobre velocidade. É nos momentos de pausa, nos cafés demorados, nas conversas sem pressa, nas lágrimas aceitas e não reprimidas, que habitam os verdadeiros significados.
O olhar sábio não é o que tudo entende, mas o que tudo aceita com humildade. Ele enxerga no outro um espelho, nas incertezas uma dança, no tempo um aliado. É o olhar de quem não precisa mais provar nada apenas sentir, cuidar, servir e seguir.
A vida, afinal, é esse sopro que nos atravessa, que nos transforma, que nos testa , mas que, acima de tudo, nos oferece, a cada amanhecer, a chance de ser um pouco mais inteiro.