No dia em que comemora 466 anos de sua fundação, Salvador ganhou uma homenagem dos seus maiores ícones. As baianas de acarajé, os percussionistas e os capoeiristas se juntaram para dar um abraço simbólico na capital baiana. O espetáculo "Salvador, 466 anos de paz" aconteceu no final da tarde de hoje, na Praça Castro Alves, local onde também vai ser realizado o show do padre Fábio de Melo. A apresentação integrou o Festival da Cidade.
A encenação ao ar livre, dirigida por Ricardo Bittencourt, reuniu 466 representantes de cada grupo. Em frente à estátua de Castro Alves, eles cantaram as músicas "É D’Oxum", de autoria de Gerônimo, "São Salvador", composta por Dorival Caymmi, e encerraram com um emocionante "Parabéns pra você". Para encerrar, a Prefeitura reservou um show pirotécnico de dez minutos. “Foi uma produção complexa. São muitas pessoas, de diversos bairros. Transformar várias linguagens em uma só foi complexo, mas gratificante”, declarou Bittencourt.
O cantor Tonho Matéria liderou os 20 grupos de capoeira de diferentes bairros da cidade. Ele, que preside o grupo Mangangá há 14 anos, elogiou a iniciativa. “Esse espetáculo foi uma proposta da Prefeitura de Salvador e que tem a capacidade de mostrar a esses grupos a importância deles para a cidade”, disse. “As baianas estavam precisando desse esforço de valorização e reconhecimento. Fazer parte do aniversário da cidade está sendo muito gratificante para nós”, destacou a coordenadora da Associação de Baianas de Acarajé, Rita Ribeiro.
Já os percussionistas foram representados por grupos de médio e pequeno portes de 40 bairros da cidade. Para Wilson Café, responsável pela coordenação de todos, essa possibilidade de dar visibilidade a novos grupos é que torna o espetáculo ainda mais representativo. “Essa participação aqui tem muito apelo social. Nós escolhemos integrantes que estão na escola, trabalham, ajudam a família e de boa conduta. Isso volta para a comunidade com um apelo positivo de que para fazer parte disso aqui é preciso ser bom”.