Dentre os serviços prestados pela Prefeitura, as atribuições referentes à conservação e aumento do sistema de iluminação pública são alguns dos temas que mais confundem a população no que se refere à cobrança por melhorias junto aos órgãos responsáveis pela rede. Ligar para a Coelba quando algum poste da rua tinha a lâmpada danificada era prática comum para o comerciante Júlio Barbosa. “Sempre achei que era atribuição deles, já que o fornecimento de energia vinha de lá e é uma conta que eu pago todo mês. Mas, sempre que ligava vinha a confusão em relação ao problema que eu queria resolver. E era sempre um problema, porque eu queria solucionar o caso e eles não podiam ajudar”, explica.
Buscando evitar confusões quanto ao dever do município e das concessionárias de energia elétrica, o diretor do setor correspondente na Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), Bruno Barral, explica que cabe à gestão municipal a execução desses serviços de manutenção e também da ampliação do parque de iluminação da cidade, enquanto que as concessionárias cuidam especificamente da geração, transmissão e redistribuição de energia. Não impossibilitando, porém, que os setores realizem atividades em conjunto para sanar determinados entraves no sistema.
Segundo Barral, a confusão das pessoas ocorre principalmente devido à falta de esclarecimento em relação ao tema e, por conta disso, consumidores cobram da Prefeitura atribuições que dizem respeito a empresas cujo alcance ultrapassa a esfera municipal. "Nossa função é, essencialmente, cuidar da manutenção, conservação e ampliação do sistema dentro da cidade de Salvador. Trabalhamos do braço da luminária para fora, executando serviços como troca de lâmpadas, substituição de relé fotoelétrico, troca de cinta metálica, além de substituição de postes de concreto, fibra de vidro e metal, entre outros serviços", informa. Atualmente, o parque de iluminação de Salvador conta com 170 mil pontos de luz.
Uma prática recorrente na relação entre o município e a Coelba, por exemplo, se dá em relação ao relocamento de postes de energia em regiões onde ocorrem obras da Prefeitura. Em muitos destes casos, é solicitado à empresa que realize o remanejamento da unidade, mediante pagamento de determinada quantia em dinheiro por parte do poder público. "Um evento recente ocorreu nas obras de requalificação do mercado de Itapuã, quando pedimos à concessionária que transferisse um poste para o lado oposto da rua, o que foi realizado a contento, entretanto os fios de diversas empresas de telefonia permaneceram expostos em via pública. Reclamamos da Coelba e nos foi informado que essa atribuição pertencia às telefônicas, o que é um absurdo, pois a concessionária cobra para instalar essa fiação em seus postes", pontua Barral.
Poluição visual – Um grande entrave entre município e concessionária se dá em relação à poluição visual gerada pela disposição desordenada de fios expostos na rede da cidade. "Esse é um apelo constante que faço à Coelba, para evite esse excesso de fiação exposta, que acaba tornando feio o céu de nossa cidade. Isso acaba mexendo também com a estrutura dos postes de iluminação, muitas vezes forçando a estrutura para baixo, trazendo riscos de acidentes à população. É necessário mais cuidado com esse patrimônio visual também", diz.