Crise econômica nacional só agrava problemas estruturais que afetam a região há 10 anos, alerta o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM)
A Zona Franca de Manaus acumula mais de 15 mil demissões nos quatro primeiros meses do ano. O enfraquecimento da indústria local provém principalmente do agravamento dos problemas estruturais por que passa o Polo Industrial de Manaus, além da atual crise econômica do País, que gera redução da demanda geral por produtos não essenciais.
Na avaliação do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM), a região está perdendo competitividade devido à infraestrutura precária, com a ausência de um porto público, de ferrovias e estradas para ligar a capital amazonense aos principais centros de consumo. Somam-se a estes entraves as dificuldades impostas pelo Governo Federal para novos investimentos da indústria na região, o desvio de verbas de P&D recolhidas pelas indústrias de tecnologia, desvio de taxas da Suframa com alegação de composição do superávit primário ou para o BNDES, além do esvaziamento da Suframa, autarquia que está sendo tratada como um simples cartório, com frequente greve de funcionários, o que causa ainda mais prejuízo ao cotidiano das indústrias.
“Infelizmente, este péssimo cenário não é surpresa. A atividade industrial tem sofrido há dez anos e não há perspectivas de melhora em curto ou médio prazo. A greve dos servidores da Suframa deve agravar ainda mais o caos em que se encontra o PIM, que acumula queda de 21% na produção, demite pessoal e corta custos. Sem o trabalho da Suframa as fábricas podem ter um prejuízo de até R$ 422,5 milhões por dia”, alerta Wilson Périco, presidente do CIEAM, principal entidade a atuar na defesa das questões da ZFM, que há tempos alerta para o descaso do governo federal para com o modelo.
Neste momento de ajuste fiscal do Governo Federal há um equivocado lugar comum de que a Zona Franca é despesa, quando na verdade é renúncia fiscal. O modelo é o mais ajustado da história do país, já que gera 120 mil empregos diretos, 600 mil indiretos e aproximadamente dois milhões ao longo da cadeia nacional. Além de garantir a preservação da biodiversidade.