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Turismo Na Bahia 02/08/2016

Cinco coisas que ninguém te fala sobre viagens

Cinco coisas que ninguém te fala sobre viagens

Muito se fala sobre viagens e é convencional ouvir que é o sonho da maioria das pessoas, o maior desejo de consumo. Entretanto, pouco se fala sobre o outro lado das viagens, que podem ser considerados desvantagens. Confira o alguns itens do “lado B” de viajar e saiba quando e como vale a pena planejar seu passeio:

 

1 – Não é barato

 

Mas é uma questão de escolhas. Você já colocou no papel quanto gasta com saídas de fim de semana e roupas por mês? E se não estiver sobrando nem pra isso, já pensou em simplificar alguns hábitos, se libertar de alguns ´têm que ter´ pra conhecer mais lugares?

 

Um dos textos mais famosos da Adriana Setti fala sobre isso.

 

O que eu aprendi de melhor na minha temporada em Barcelona foi a precisar de menos coisas e a aproveitar qualquer sobrinha pra viver mais.

 

Vendemos um apartamento de dois quartos com as anacrônicas dependências de empregada (metade financiado), dois carros (um também todo financiado) para sair daqui sem dívidas e poder viver um ano em euro só estudando, sem trabalhar.

 

Como na Europa ninguém tem empregada, nem frequenta salão de beleza toda semana, me virei fazendo a minha unha, pintando o meu cabelo e dividindo a faxina com o marido.

 

Na volta ao Brasil, me acostumei a morar num lugar bem menor, passamos a dividir um carro, chamamos a faxineira uma vez por mês e voltei à rotina do salão, só que achei um muito mais barato e não morro quando eu mesma tenho que me arrumar porque quero economizar para algum outro programa.

 

Também fiquei mais criteriosa pra comprar. Vivemos o absurdo aqui no Brasil de pagar muito por produtos de baixa qualidade. Então, tento controlar meus impulsos e lembrar do menos que é mais. Dar uma pequena fortuna por pseudomarca ou por modinha, não está no meu repertório.

 

2 – Planejar dá trabalho

 

Só que pode ser o pontapé inicial para uma boa viagem.

 

Costumo dizer que viajo antes, durante e depois. Sempre gostei de ler sobre os lugares que visito e tento me informar ao máximo sobre as possibilidades.

 

Não sou daquelas que monta um cronograma rígido e fica presa a ele, mas tenho sempre milhões de opções anotadas.

 

Pra mim, o ideal é estabelecer prioridades e deixar um pouco a vida me levar, só que bem informada. Tipo passar, sem querer, em frente a um ponto interessante e reconhecer que vale a pena uma parada ou dar de cara com um restaurante legal que você ouviu falar e saber que o custo-benefício vai ser melhor ali que num pega-turista.

 

Você pode ser milionário, pode ter contratado a melhor agência ou o melhor agente do mundo, mas, ainda assim, corre um perigo enorme de se decepcionar se não souber um pouquinho sobre o lugar para onde está indo. Vai querer uma comida que não tem, uma temperatura que não faz, detestar o ”jeito” do povo, ler errado aqueles milhões de sinais subjetivos que tem a ver com características locais.

 

3 – Alguma coisa sempre vai sair errado

 

Por mais genial que você seja no planejamento, a vida é imprevisível e algo sempre pode sair do prumo. Podem bater no carro que você alugou, aparecer uma frente fria repentina naquela praia, cair vinho na roupa que você achou que ia usar vários dias. Se perder então, é quase obrigatório e proporciona surpresas maravilhosas.

 

Foi me perdendo em Paris que dei de cara com a igrejinha da Nossa Senhora da Medalha Milagrosa, onde uma freira simpática conversou comigo em português e me contou que já tinha morado por aqui.

 

Andando sem rumo em Sevilha encontramos um restaurante maravilhoso, que eu até repeti de tanto que gostei.

 

Como não tinha o carro no padrão que alugamos na Toscana, Mateus deu a sorte de receber um upgrade e ficar com uma Mercedes. Para o meu desgosto, não cabia nossas malas no bagageiro, mas, com um pouco de boa vontade, foi muito mais confortável (e mais legal) do que seria o outro carro.

 

Já teve até prato que veio errado e que era melhor que o pedido original.

 

Você está passeando, lembra? Não tem que ficar preso a convenções e horários.

 

4 – Cansa

 

Principalmente quando você quer conhecer muitos lugares ou tem uma infinidade de atrações para visitar numa cidade.

 

Não faça da sua viagem uma maratona. Só para seguir roteiros básicos e ver o que há de mais óbvio, você já vai gastar muita sola de sapato e vai sentir o físico reclamando.

 

Na tal excursão em que eu fui pela primeira vez para a Europa (#excursãonuncamais), os idosos que faziam parte do grupo viviam dizendo que não sabiam quem que inventou que Europa era programa de velho e estavam exaustos.

 

Sair da nossa zona de conforto, ainda que seja um alívio e uma aventura deliciosa, também provoca tensão e estresse. E isso, por si só, pode fazer a gente entrar em curto.

 

Então, tire sempre um tempo sem compromissos, voltado só pra relaxar e curtir as belezas que você está vivendo sem pressa.

 

Essa é uma receita ainda mais importante quando a gente tem alguma companhia ou está em grupo. Pode saber que, em algum momento, o que estiver mais cansado vai começar a comprar brigas inúteis e a ficar intolerante com qualquer bobagem.

 

Não interessa se você é mochileiro ou vive pulando de 5 estrelas em 5 estrelas. Pense no que é um luxo (no sentido de um conforto extra) pra você e, em algum momento, se dê o direito de desfrutá-lo. Aperto demais também tira a graça da viagem. Pode ser ficar estendido numa rede, admirando uma praia; ir a um restaurante melhor e tomar aquele vinho ou passar o dia num SPA. Essas pequenas recompensas vão te dar um novo gás e te ajudar a lembrar porquê o esforço vale a pena.

 

5 – Micos são inevitáveis

 

Se você é daqueles que morre de medo de passar vergonha, que tem um orgulho elevado e quer ser um gênio em qualquer lugar, só vai passar raiva viajando. Seu inglês pode ser impecável e também ser de pouquíssima utilidade no interior da Polônia.

 

Você leu tudo sobre o Oriente Médio, mas pulou aquela parte que dizia que sola de sapato para cima é sinal de ofensa. Cruza as pernas inocentemente e vai aguentar a cara feia do anfitrião.

 

Eu, por exemplo, acho que tenho um neurônio meio tan tan para idiomas. Quando fui morar na Espanha, meu inglês encolheu. Cheguei toda empolgada em Dublin, sentamos num restaurante bem típico e pedi um “fish con patatas”… tentava consertar e só ia ficando pior.

 

Fonte: http://diariodoturismo.com.br/


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