Provas eram obtidas 10 minutos antes do início oficial, respondida por professores e repassadas por pontos eletrônicos
Confirmada nesta quarta-feira (26) a fraude no Exame Nacional do Ensino Médio, o ENEM, pelo Ministério Público e Polícia Civil de Minas Gerais. Os orgãos garantem ter identificados os candidatos beneficiados e provas da fraude em Mato Grosso, mas acreditam que a quadrilha atuou em nível nacional.
As investigações continuam em andamento e já resultaram na prisão de 34 pessoas, incluindo os dois líderes da organização, que viviam em mansões na cidade de Teófilo Otoni, interior mineiro, e Guarujá, litoral paulista. As provas eram obtidas 10 minutos antes do início oficial e, com a ajuda de professores e estudantes universitários, as questões eram respondidas e passadas para clientes através de equipamentos eletrônicos avançados.
"Eles substituíam as letras de cada questão por números. Um era A, dois era B e assim por diante", explicou Antônio Junio Dutra Prado, delegado da Polícia Civil à frente do caso. Receptores disfarçados de cartão de crédito transmitiam o áudio para pontos no ouvido.
"O líder que morava em Teófilo Otoni afirmou que lucraria R$ 3 milhões líquidos apenas nos concursos entre outubro e janeiro de 2015. Estamos só arranhando a superfície", disse André Luis Garcia Pinho, promotor de Justiça da Promotoria de Combate ao Crime Organizado.
Dois aplicadores já foram identificados e dois estudantes beneficiados também. De acordo com o O Globo, são ao menos 15 beneficiados. O próximo passo da operação, de nome Homeóstase 2, é o encaminhamento do inquérito ao Ministério Público Federal, que irá investigar se outras edições também foram fraudadas pelo grupo.