Já imaginou não depender mais das concessionárias de energia elétrica? Ainda estamos no começo dessa onda, mas, pode apostar, em breve serão vários os exemplos de gente que consegue abastecer a casa inteira com eletricidade de graça. O forncedeor? O sol!
Recentemente a montadora norte-americana Tesla, que ficou famosa por seus carros elétricos esportivos, anunciou uma bateria para casas. Elon Musk, o fundador da empresa, disse que a novidade vai ajudar a mudar a infraestrutura energética de todo o mundo. Agora, você vai entender como!
No ano passado, a empresa anunciou a construção da maior fábrica de baterias de lítio-íon do mundo; uma parceria com a japonesa Panasonic, que resultou em uma fábrica de 5 bilhões de dólares.
A declaração foi ainda mais radical quando Musk disse que, com a bateria doméstica seria possível nos tornarmos completamente independentes da rede e, consequentemente, das concessionárias de energia elétrica. Será?!...
O certo é que em um futuro próximo nossa relação com as concessionárias de energia elétrica vai mudar; isso, sim!
O dispositivo apresentado pela Tesla pode ser instalado na parede da garagem de uma casa. A bateria doméstica armazenaria energia a partir de painéis fotovoltaicos e até da rede elétrica durante a noite – quando a energia é mais barata. Atualmente, com uma instalação bem dimensionada, os painéis solares têm eficiência suficiente para gerar energia de sobra pra uma casa.
A princípio, a bateria doméstica da Tesla vai custar 3500 dólares, cerca de 10500 reais – mas estará disponível apenas nos Estados Unidos. O curioso é que, aqui no Brasil, já existem projetos semelhantes com outro tipo de bateria, as de chumbo ácido. Em regiões onde as concessionárias de energia elétrica não chegam, como por exemplo, o interior do Amazonas e até algumas partes de Ilha Bela, no litoral paulista, algumas casas contam com painéis solares e baterias para suprir sua energia.
As baterias de chumbo ácido não são tão eficientes quanto as de lítio-íon. Mas, para se ter uma ideia, apenas duas baterias como esta – ambas de lítio-íon, importadas – seriam capazes de alimentar uma residência por um dia inteiro; o problema é que cada uma vale 15 mil reais.
Ou seja, dá para afirmar: sim, provavelmente teremos baterias para alimentar nossas casas e elas serão abastecidas pela energia solar. E, antes que você pergunte, saiba que, sim, essas instalações são seguras...
Dois esclarecimentos, antes de fechar essa história. O primeiro: as placas das quais estamos falando aqui são as fotovoltaicas. Não confundir com as placas de aquecimento solar – que já são bastante comuns – até no Brasil. O segundo esclarecimento. Há um lado controverso nessa história. Se todo mundo começar a gerar a própria energia, a dúvida que fica é: como as concessionárias vão sobreviver? Quem vai pagar pelas linhas de transmissão e por toda a infra-estrutura que ainda será necessária para iluminar ruas, parques e outros locais públicos, por exemplo? Deixaremos de pagar a conta de luz e pagaremos por esses serviços por meio de algum tipo de imposto? Essas e outras dúvidas, só o tempo resolverá.