Agosto de 2016 foi um mês marcante na história do Brasil, reunindo dois eventos de grande impacto um internacional e esportivo, o outro político e doméstico. De 5 a 21 de agosto, o país teve a honra de sediar os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, tornando-se o primeiro da América do Sul a realizar uma Olimpíada. Ao mesmo tempo, Brasília era palco do clímax do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, com o Senado entrando na fase decisiva do julgamento.

No cenário esportivo, os olhos do mundo se voltaram para o Rio de Janeiro. Mais de 11 mil atletas de 206 países participaram da competição, que levou multidões ao Parque Olímpico da Barra, ao Maracanã e à icônica Praia de Copacabana. Os Jogos foram marcados por momentos inesquecíveis, como o encerramento da carreira olímpica de dois gigantes do esporte: Usain Bolt, que confirmou seu título de homem mais rápido do mundo ao conquistar o tricampeonato nos 100m, 200m e revezamento 4x100m; e Michael Phelps, que ampliou seu recorde como o maior medalhista olímpico de todos os tempos, com um total de 23 ouros em sua carreira. A atmosfera foi de celebração, superação e união, trazendo orgulho aos brasileiros e à comunidade internacional.

Enquanto o Rio vibrava com a energia olímpica, a capital federal vivia dias tensos e decisivos. O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, iniciado em 2015, alcançou seu ponto culminante em agosto. O Senado Federal iniciou as sessões finais que definiriam o destino político da petista. Acusada de crime de responsabilidade por manobras fiscais conhecidas como "pedaladas", Dilma enfrentava um ambiente político polarizado e instável. No fim daquele mês, o Senado votaria pela cassação definitiva de seu mandato, encerrando oficialmente seu segundo governo e colocando Michel Temer, então vice-presidente, no cargo de presidente da República.

Assim, agosto de 2016 entrou para a história como um mês de extremos: enquanto o Brasil brilhava diante do mundo com o espetáculo dos Jogos Olímpicos, internamente vivia um momento delicado de ruptura institucional. Um período que simbolizou tanto a capacidade do país de sediar um evento global com competência quanto sua complexa trajetória política recente.