A evolução dos preços no mercado de aeronaves de negócios seminovas no primeiro semestre de 2025 reflete não apenas as oscilações na demanda e na oferta, mas também o ajuste das expectativas de vendedores e compradores em diferentes categorias.

Segundo relatório da AMSTAT, enquanto alguns segmentos registraram valorização expressiva, outros enfrentaram quedas acentuadas nos preços médios pedidos. O cenário é marcado por inventários ainda abaixo das médias históricas e variações significativas nos valores medianos.

Dinâmica de preços por segmento

No topo da escala, os jatos de cabine larga mantiveram estabilidade relativa, com preço médio de US$ 15,5 milhões, variação positiva de 0,9% no acumulado do ano e 2,2% na comparação anual. Embora o valor mediano tenha caído 10% entre dezembro de 2024 e maio de 2025, houve recuperação de 6%, sustentada por demanda consistente e inventário controlado em 6,8% da frota ativa, abaixo da média histórica de 7,5%.

Já os jatos supermidsize registraram retração acentuada, com queda de 21,1% no preço médio acumulado do ano e 15,1% em relação a 2024. Em contrapartida, a valorização média foi positiva, com alta de 6% no semestre e 10% no comparativo anual, sugerindo seletividade dos compradores, que priorizam modelos específicos. O estoque permanece próximo da média histórica de 7% da frota.

Os jatos médios (Medium Jets) apresentaram movimento inverso: alta de 30% no preço médio desde janeiro e de 13,8% frente ao ano anterior. O segmento se fortaleceu com estoques em desaceleração (7,7% da frota, abaixo da média de 9%) e sólida demanda, mesmo diante de ligeira queda de 4% nos preços durante o semestre e 3% na base anual.

No mercado de jatos leves (Light Jets), os preços médios recuaram 2% no acumulado de 2025 e 23% em relação a 2024. A categoria demonstra maior sensibilidade a negociações, com retração de 6% tanto no semestre quanto na comparação anual, mesmo com estoque estável em 7,6% da frota, inferior à média histórica de 9,4%.

Por fim, entre os turboélices, o preço médio pedido permaneceu quase estável, com queda de 2,6% no semestre e 5,5% em relação a 2024. Entretanto, o valor mediano manteve tendência de baixa, acumulando retração de 13% no ano e 10% frente ao ano anterior. O estoque para venda, equivalente a 5,3% da frota ativa, segue abaixo da média histórica de 6,2%, apesar do crescimento de dois dígitos na comparação anual.

Fonte: https://modaisemfoco.com.br