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Economia 21/08/2025

Metade dos trabalhadores recorre a renda extra

Metade dos trabalhadores recorre a renda extra

Um levantamento da SalaryFits, empresa da Serasa Experian, mostra que quase metade dos trabalhadores brasileiros (49%) depende de fontes de renda extra para fechar as contas no fim do mês. O estudo, realizado entre maio e junho de 2025 com mais de mil entrevistados, revela um retrato de fragilidade financeira que atinge especialmente jovens da Geração Z, trabalhadores PJ, profissionais de pequenas empresas e a classe C.

Apesar de o cenário ainda ser desafiador, há sinais de melhora. Em 2024, 62% dos trabalhadores não conseguiam sustentar o salário até o fim do mês. Hoje, esse índice caiu para 54%, e 46% dos entrevistados afirmam que conseguem chegar ao final do mês apenas com o rendimento principal avanço de oito pontos percentuais em um ano. Ainda assim, apenas dois em cada dez brasileiros dizem ter controle total sobre suas finanças.

A instabilidade reflete diretamente na saúde mental. Entre os participantes, 66% relataram aumento do estresse devido a dívidas, 43% sentem maior irritabilidade e 39% sofrem de insônia. Para Délber Lage, CEO da SalaryFits, a falta de equilíbrio financeiro “impacta diretamente a vida pessoal e emocional do trabalhador”. Ele ressalta que, embora parte da população demonstre maior estabilidade, a outra metade ainda convive com forte pressão do custo de vida.

O estudo mostra também a vulnerabilidade diante de emergências: apenas um em cada quatro trabalhadores teria condições de arcar com uma despesa inesperada de R$ 10 mil. Nos últimos 12 meses, 33% ficaram negativados e, considerando os últimos cinco anos, 66% afirmam já ter enfrentado problemas financeiros.

A maior parte da renda mensal é direcionada a despesas básicas como alimentação, água, luz e gás. Logo em seguida aparecem financiamentos, empréstimos e gastos com consumo e estudos. Entre as gerações, o comportamento varia: a Geração Z destina 13% da renda ao lazer e é a mais dependente do cartão de crédito (17%); os Millennials priorizam o pagamento de dívidas (15%) e alimentação (13%); já a Geração X mantém forte uso do crédito (14%) e também compromete boa parte da renda com dívidas (13%).

Diante dessas dificuldades, muitos recorrem a trabalhos extras, freelancers e até ao apoio financeiro da família. Outros utilizam linhas de crédito, ainda que isso aumente o risco de endividamento. Para 5% dos trabalhadores, a situação é ainda mais grave: não conseguem fechar as contas nem com salário, nem com renda complementar.

Segundo Lage, soluções como crédito consignado com juros mais baixos e programas de educação financeira podem ajudar a evitar inadimplência e oferecer maior equilíbrio. O levantamento reforça a urgência de políticas e práticas que incentivem organização financeira para enfrentar o alto custo de vida no país.

 

Fonte: https://modaisemfoco.com.br
Foto:  Marcello Casal Jr - Agência Brasil


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